
Deutsche Bank investe em ‘fintech’ de pagamentos digitais
O Deutsche Bank reforçou suas operações bancárias digitais mais uma vez, com um segundo investimento em uma “fintech” – como são chamadas as startups financeiras – em quatro meses. A iniciativa aponta para uma lenta revolução em uma de suas divisões mais importantes.
O banco alemão, que vem reduzindo o número de funcionários e suas operações internacionais, acertou a compra de uma participação não especificada na startup ModoPayments, de Dallas (EUA), visando incrementar seu Global Transaction Bank e ter acesso a canais em crescimento acelerado fora dos negócios bancários tradicionais.
Enquanto o Deutsche Bank perdeu popularidade entre os investidores, as avaliações das empresas mais focadas na tendência mundial dos pagamentos móveis e digitais dispararam. Neste mês, o maior banco da Alemanha em ativos foi superado em valor de mercado pela Wirecard, uma startup de Munique que tem apenas 5% de sua receita financeira.
A iniciativa amplia os negócios de pagamentos digitais já existentes do banco, que fazem a transferência de recursos entre empresas e consumidores.
O Deutsche Bank informou que o negócio ajudará o banco a se conectar a plataformas gerenciadas pela Alipay de Jack Ma, WeChat da Tencent Holdings, Paypal Holdings e M-Pesa.
O investimento na Modo segue-se à aquisição da Quantiguous Solutions, da Índia, em maio. Os termos dos dois negócios não foram revelados.
A Modo levantou um total de US$ 11,3 milhões em oito anos, antes do investimento do Deutsche Bank, segundo a Crunchbase, empresa que monitora o desempenho de startups.
“A tecnologia da Modo nos permitirá fornecer novos serviços de transações e alternativas de pagamentos para a economia digital, que cresce em ritmo acelerado”, disse Michael Spiegel, diretor de gestão de caixa do Deutsche Bank, em um comunicado recente.
O executivo-chefe do Deutsche Bank, Christian Sewing, já afirmou em diversas ocasiões que vai investir no crescimento das operações bancárias. Esta unidade é o local de negócios relativamente estáveis de gestão de caixa para empresas, finanças comerciais e serviços de custódia, além de gerar uma receita de cerca de € 4 bilhões por ano. É a única parte do banco corporativo e de investimentos em que o Deutsche Bank espera um crescimento do valor de mercado e das receitas em 2019, segundo afirmou Sewing.
A área de operações bancárias vem sendo liderada por John Gibbons desde outubro de 2016. Vários executivos deixaram o Deutsche Bank nos últimos 12 meses, incluindo os diretores regionais Satvinder Singh, Lisa Robins e Paul Saltzman.
Enquanto isso, Thomas Nielsen entrou para o banco, vindo da Tesco, como diretor digital. No segundo trimestre, a receita da unidade cresceu em termos anualizados pela primeira vez em mais de dois anos.
Fonte: Valor